Por Rdo Castro com informações do emtempo.com.br e acritica.uol.com.br
Av. B. Constant, 16/3/2012 |
No cruzamento da Avenida Benjamin Constant com a rua Teixeira de Freitas está funcionando um porto improvisado. Veja mais fotos.
O nível das águas do rio Purus continua subindo e o município de Canutama (a 619 quilômetros de Manaus), já contabiliza mais de 1.300 pessoas desabrigadas e todas as escolas
estão fechadas, por conta da cheia deste ano. De
acordo com o engenheiro civil da prefeitura de Canutama, que está
coordenando a ajuda à população, Rivanio Pantoja, a ajuda estadual será
indispensável. “Nossa situação está muito difícil, precisamos
urgentemente da intervenção estadual”, disse.
Mais de 500 famílias já foram
obrigadas a deixar suas casas, informou o secretário de
comunicação da prefeitura de Canutama, Fregilson Rabelo, que relata que centenas
de pessoas estão abrigadas em escolas e em um conjunto habitacional do programa
Minha Casa, Minha Vida, ainda em obras.
De acordo com Rabelo, centenas de
estudantes das duas escolas públicas que estão servindo de abrigo tiveram as
aulas suspensas e devem entrar em um calendário especial para recuperar o
conteúdo. Escolas na zona rural do município também foram afetadas, segundo o secretário.
Na zona rural, propriedades
inteiras estão debaixo d’água e os produtores rurais improvisam para não perder
as criações e a safra deste ano. Bois, porcos e até patos são mantidos em
marombas, ainda segundo o secretário.
“Os produtores rurais estão
amargando prejuízos com a perda da safra e também de criações de animais, que
acabam sendo deixados para trás, em meio à inundação. Na cidade, os
comerciantes também contabilizam as despesas com a perda de móveis e
equipamentos” disse.
- CPRM confirma grande cheia no Amazonas em 2012
- Vazão e cotas do rio Solimões indicam uma grande cheia neste ano
12 de Março de 2012 publicado em "acritica.com"
Manacapuru (AM) –
Monitoramento intensificado neste mês por instituições de pesquisa e órgãos
públicos federais do Brasil e da França indica que a bacia Amazônica terá uma
cheia de grande porte em 2012. Para o geólogo Naziano Filizola, da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam) e integrante do grupo de estudos, a cheia deste ano pode ficar entre as 10 maiores da série
histórica.
“O nível do rio Solimões está
elevado para o período, mas ainda não dá para dizer que será uma cheia recorde.
A gente pode estar tendo uma antecipação. O que é preocupante é que ela pode
ficar alta e permanecer lá em cima durante muito tempo até junho. Isso prejudicaria
a população”.
As sistemáticas medições feitas
nas réguas instaladas em estações do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no
Amazonas apontam que o rio Solimões vem apresentado níveis elevados para o
período, superiores em grande medida em relação a 2011 e razoavelmente superior
em relação a 2009, ano da maior cheia.
Medição realizada, no último
sábado, na estação de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus) e
acompanhada pela reportagem do jornal A CRÍTICA, apontou que a cota estava em
17,45 metros, superior aos valores registrados na mesma data de 2009, que foi
de 17,19 metros.
“Tudo está indicando para uma
cheia grande. O Solimões vem recebendo água dos seus afluentes, Purus e Juruá.
Tem chovido muito em São Gabriel da Cachoeira e estas águas vão chegar a
Manaus. É bom que chova agora por lá porque vai descer para Manaus e escoar
para o oceano para que não haja uma coincidência de picos”, observou Marco
Antônio Oliveira, superintendente da CPRM.
Jean Loup Guyot, representante no
Brasil do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDR), da França, que
desenvolve estudos de variabilidade climática na bacia amazônica, também
concorda que está sendo esperada uma cheia “muito forte”.
O registro de eventos climáticos
extremos na Amazônia tem sido alvo de estudos de várias instituições de
pesquisa, mas as causas de suas ocorrências ainda não estão completamente
esclarecidas pela ciência.
“Há uma extensa discussão se as
causas são frutos da uma variação natural do clima ou se estes eventos têm
impacto do aquecimento global. O certo é que séries históricas indicam que
estes eventos eram pouco frequentes no passado e hoje estão mais normais",
avaliou Guyot.
Emergência
O município de Canutama não é um
dos dez do Amazonas que estão em situação de emergência, segundo o Subcomando
de Ações de Defesa Civil do Amazonas (Subcomadec). Atualmente, os municípios de
Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Carauari e Juruá – na calha do
Juruá – e Boca do Acre, Lábrea e Pauini – na calha do Purus – estão em situação
de emergência.
A cheia dos rios no Amazonas já afeta 22,3 mil
famílias em todo o interior do Estado, e as prefeituras das cidades afetadas
receberam doações de cestas básicas, kits de medicamentos, kits de limpeza,
kits de higiene pessoal, filtros microbiológicos, kits dormitório e hipoclorito
de sódio, segundo o Subcomadec.