Por Manoel Inácio, pesquisa feita nas bibliotecas locais com textos compilados da internet
Revisão: Rdo Castro
ORIGEM DO NOME DA CIDADE
ORIGEM DO NOME DA CIDADE
Vista aérea de Canutama |
A segunda, de acordo com o pesquisador
e Irmão Marista, Sebastião Ferrarini, baseia-se na tradução do tupi-guarani
onde 'canut' era uma antiga tribo indígena que habitou não só a região do Purus
como outras regiões do Brasil e 'tamah' significa terra. Portanto, Canutama
significa "terra dos canus". O fato de existir outra
localidade com o mesmo nome no lado oriental da Amazônia, no Estado do Pará,
confirmaria essa versão.
FUNDAÇÃO E POVOAMENTO
O povoamento e desenvolvimento do
Município de Canutama confundem-se com o início das explorações e expedições no
Rio Purus. Este um dos grandes afluentes do Rio Amazonas, começou a ser
explorado no início da segunda metade do século XIX, tendo como pioneiros
alguns coletores de drogas do sertão, muitos deles nordestinos.
O grande nome ligado à fundação do
Município de Canutama é o de Manoel Urbano da Encarnação, embora muitos nomes,
como o de João Cametá, William Clandles, Serafim Salgado e Frei Pedro Coriana
também estejam correlacionados.
Segundo relatos de antigos moradores,
Canutama ainda viveu na "época dos coronéis". Na verdade, eram homens
de "confiança" dos exploradores, bravos o bastante para decidirem
ficar nas profundezas da selva amazônica, distantes do mundo civilizado; às
vezes, a viagem até a Província demorava meses. Em troca eles recebiam poderes
de "coronéis".
Em Canutama, assim como no Brasil colonial,
o "coronel" era uma figura múltipla. Concentrava, na prática, os três
poderes: era, ao mesmo tempo, uma "espécie" de "prefeito",
de "delegado", "juiz" e "legislador". Um
"coronel" canutamense bastante lembrado pelo o povo local, e que
inclusive dá nome à principal Avenida de Canutama, é o "coronel
Botinelly".
O FUNDADOR MANOEL URBANO DA ENCARNAÇÃO
E OS ÍNDIOS
Manuel Urbano da Encarnação era
mestiço, porém bastante influente no Governo da Província (próximo a João
Batista de Figueiredo Terreiro Aranha) e conhecido por sua consumada habilidade
em explorar o Purus. Na época em que chefiou a sua expedição, sob a ordem de
Terreiro Aranha, já viviam na região desse rio os índios Juma. E como ocorreu
na Amazônia, de uma forma geral, o contato entre índios e não-índios foi
inevitável e, como todos sabemos o extermínio de grupos indígenas, também.
Kroemer diz que, embora os Jumas fossem
conhecidos como uma população dita "guerreira", "sempre
defendendo o seu território e evitando um contato permanente com os
não-índios", a sua população foi diminuindo drástica e proporcionalmente
ao avanço da chamada "civilização". Um dos fatores que levou a isso
foi a chegada de grandes levas de nordestinos para trabalhar no extrativismo,
no Período Áureo da Borracha. O que ocorreu, a partir de então, foi um aumento
do contato com os "brancos" e a diminuição de territórios indígenas.
Sabe-se também que "expedições punitivas eram organizadas por firmas
colonizadoras, por companhias de navegação e proprietários de terras" (Kroemer,
1986).
UMA TRIBO QUE NÃO ACEITAVA SER
"AMANSADA"
Embora muitos canutamenses desconheçam,
a região do Purus foi muito ligada a massacres de índios nos seus primórdios. É
comum se ouvir relatos de pessoas mais antigas (avós, por exemplo) sobre esse
assunto. Principalmente fatos ocorridos em afluentes do rio Purus, como o rio
Cuniuá, rio Pauini e o rio Mucuim. Segundo o historiador Kroemer (1985:96),
houve, no rio Mucuim, entre os anos de 1940 e 1965, um extermínio sistemático
do grupo indígena que ali vivia: os Juma.
Alguns antropólogos acreditam que os
Juma já fizeram, outrora, parte do grupo Tupi-Kawahib, "um povo que migrou
para a região do rio Madeira no século dezessete". E que logo após uma ou
duas gerações, um grupo formado por três mil índios saíram desse grupo para
formar a sua própria tribo. Eles se denominaram Juma, enquanto as tribos
vizinhas os chamavam de "Povo Gigante dos Pés Grandes".
Kroemer relata que moradores locais
"conheciam" os Juma como sendo antropófagos e perversos. Há relatos
de ataques de índios Juma a não-índios que causaram revoltas em Canutama. Em
casos como esse, era comum a população local se organizar em grupos armados
para exterminar os Juma. Por vezes, o delegado de polícia da cidade impedia tal
ação. Inclusive, sabe-se de um relato de um grupo de peruanos trazidos a
Canutama que efetuaram uma chacina no rio Jacaré. E ainda houve um juiz na
cidade de Lábrea, por nome de Orlando Franca, homem de negócios, o qual
ofereceu um "prêmio em dinheiro" para aquele que trouxesse "o
maior número de orelhas de índios Juma". Conta a história que neste mesmo
ano um grupo de 35 caçadores, autodenominados "o Batalhão da
Vingança" marcharam em busca dos últimos assentamentos Juma. Fatos como
esse foram noticiados até mesmo no “Los Angeles Times”.
De acordo com Kroemer, o etnocídio
definitivo ocorreu no ano de 1964, no igarapé da Onça. Pouco antes disso,
chegou a Canutama missionários do SIL-Summer-Institute of Linguistics. No final
da década de 70 eles formalizaram denúncia, pelo o Jornal Porantin, definindo o
que ocorrera em Canutama como "genocídio".
Pelo o que parece, caiu tudo no
esquecimento. Não se ouve falar sobre esse assunto em Canutama.
Hoje ainda temos índios vivendo em
áreas do município, como os índios Catawixi, os quais vivem na área de influência
do rio Mucuim. Sabe-se também que entre os municípios de Pauini, Tapauá,
Canutama e Lábrea, consta a presença de mais sete povos, entre eles os
Suhuarás, "o Povo do Veneno”. Homens como Gunter Kroemer, antropólogo,
indigenista, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), lutam pela
sobrevivência dessas populações.
CANUTAMA ENVIOU HOMENS PARA 2ª GUERRA
MUNDIAL
Até a algum tempo atrás, era comum se
ouvir estórias desses bravos homens; homens que não tinham vergonha de
demonstrar o orgulho de ter servido o seu País. Entre eles, pode-se citar o Sr.
Lázaro Freitas e o Sr. Valdemar da Costa. Todavia, foram muitos.
Em se tratando de patriotismo, duas
coisas são lamentáveis em Canutama: uma é que nossos "veteranos"
tenham caído no esquecimento. Segundo moradores, não há memórias de que o
município tenha prestado ao menos um "obrigado" a eles, inclusive na
história recente. A outra é que não existe um quartel, base ou qualquer posto
do Exército Brasileiro na cidade. Os poucos jovens que desejam
"servir" são obrigados a se deslocarem até os municípios vizinhos de
Lábrea, Humaitá, ou para a capital Manaus, onde existem quartéis. Caso
contrário, são "dispensados por excesso no contingente".
O interessante é que este
"contingente" é o do município de Humaitá, que "absorve" os
seus jovens, e, somente se "sobrar" vagas, recruta os jovens de
Canutama.
De acordo com alguns "veteranos",
o "contingente canutamense" partiu em um navio-motor (alguns dizem
ter sido o navio "Jota Leite") e chegou a Manaus. Já na capital, eles
teriam passado por treinamentos e adestramentos, como tiro ao alvo e outras
técnicas. Como a guerra já se aproximava do fim, quando partiram, o mais
próximo que chegaram do "olho" do conflito mundial foi até a Guiana
Francesa, para de lá embarcarem em navios e atravessarem até a África. O que,
de fato, não ocorreu.
Um dos veteranos, o Sr. Lázaro Freitas,
contava que a vida na caserna (habitação de soldados) era "difícil" e
"solitária" e que costumavam receber "poucas"
correspondências de suas esposas e família em Canutama-as quais chegavam pelo o
navio-motor Jota Leite.
O navio Jota Leite, muito conhecido
entre os antigos moradores e desconhecido pelos recentes, tornou-se um pioneiro
na navegação de cabotagem pelos rios da Amazônia, especialmente o Purus.
Moradores antigos relatavam que o "velho" Jota Leite era um dos
únicos que subiam o Purus e iam até Canutama, encurtando as distâncias, levando
cargas, passageiros e mantimentos, e tirando centenas de pessoas do isolamento
amazônico. Hoje, o que parece ter restado dessa companhia de navegação é um
pequeno porto situado às margens do Rio Negro, no bairro de São Raimundo,
cidade de Manaus.
Falar de educação no município de Canutama é falar de "Irmãos Maristas". É entrar no mundo desta ordem de corajosos missionários e conhecer a abnegação e a denodada contribuição que deram à cidade, assim como a incomensurável herança que nela deixaram: o Saber.
E mais uma vez, caso alguém não conheça a história e o início da educação formal em Canutama: é impossível falar da educação na cidade sem falar de Irmãos Maristas. Isto é, sem falar de Irmão Edmundo Inácio Pina, Ir. Lauro, Ir. Pedro, Ir. Normando, Ir. Itamar, Ir. Ricardo, Ir. Demétrio, Ir. Zenóvio, Ir. Guilherme Bertassi, Ir. Bené Oliveira e muitos outros e outros, os quais largaram suas vidas e famílias muito bem estruturadas lá pelos rincões do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina (a grande maioria deles provinha do Sul), São Paulo e outros estados do Brasil, para, nas profundezas do Amazonas, realizarem uma obra sem paralelo: educar.
Os meios de transporte para se chegar até a cidade de Canutama são as vias fluviais. Este é um dos pontos mais comuns nesta região. Os barcos são de boa acomodação (rede ou camarote) dependendo do que a pessoa queira. Se quiser um conforto para aproveitar o lazer, poderá optar por um camarote. Os Barcos que fazem linha para o Purus com destino até Lábrea são: Lindalva Maciel, Manoel Silva, Cidade de Lábrea, COMTE Maia I e II, Rio Uaquiri, Vovô Oswaldo e outros. A duração em média dessa viagem é de 04 a 05 dias, mais se você quiser encurtar a viagem, poderá ir de avião (em média 2 horas).
A Igreja Católica tem, em Canutama, um dos templos mais lindos de todo o estado do Amazonas, o qual, além de sua bela arquitetura, encanta pela a sua cuidadosa preservação. Além do mais, é privilegiado por uma localização esplendorosa: a praça da cidade, ornamentada por lindos e frondosos pés de jambeiros, plantados em 1976, segundo o Sr. Curió, por alunos da antiga Escola Marista Eduardo Ribeiro (hoje ela é estadual), quando o ensino formal dava os seus primeiros passos nesta cidade. Nesta mesma praça encontra-se a Escola Estadual Eduardo Ribeiro, o Hospital e a Prefeitura. Na verdade, a igreja conta com uma estrutura magnífica.
A Igreja Católica conta também com outras capelas espalhadas pela a cidade, como as situadas nos bairros São Pedro, São Francisco, N. Sra. Aparecida e a capela de Sta. Rita, na Rua nove de agosto, que constituem as chamadas Comunidades Eclesiais de Base, CEB'S.
Há também várias denominações evangélicas. Umas tendo chegado recentemente, como a "Deus é Amor", "Igreja do Deus Vivo", "Adventista do 7º Dia" etc. e outras, que chegaram há mais de 40 anos. Entre elas a "Igreja Evangélica Batista Regular" (a primeira igreja evangélica a chegar) e a "Igreja Evangélica Assembléia de Deus".
Anualmente, no dia 24 de junho, a Igreja Católica em Canutama celebra os Festejos de São João Batista. Chegam pessoas de vários lugares, principalmente da capital Manaus - lugar onde moram muitas pessoas que tem como cidade natal o município de Canutama - para se juntar aos canutamenses "em procissão pelas ruas da cidade". A procissão parte da matriz passa por várias ruas, cantando, carregando a imagem de São João Batista, e, já pela noite, chega de volta à igreja.
Há também a data de 29 de junho, dia de São Pedro, a qual conta, assim como em muitas cidades do Brasil, com procissão em embarcações.
Algumas igrejas evangélicas, como a Assembléia de Deus, também "celebram" suas festas. É comum chegarem outros membros das igrejas sediadas nos municípios vizinhos, como Tapauá e Lábrea, a convite da s igrejas locais. A festa conta com um tema, dura cerca de três ou quatro dias e, geralmente, fica sob a responsabilidade de algum segmento da congregação: jovens, senhoras, senhores, adolescentes etc.
SAÚDE
Pode-se dizer que Canutama sempre
contou com uma boa estrutura em termos de baixa e média complexidade em saúde.
O estabelecimento de saúde presente na cidade, a Unidade Mista de Canutama,
CNPJ 00697295005085, e cadastro no CNES 2016419, do Ministério da Saúde, é uma
personalidade jurídica, do tipo hospital geral e da esfera administrativa
estadual.
Trata-se de um hospital de média
complexidade, que conta com dois leitos para ginecologia, sete leitos para
Clínica Geral, três leitos obstétricos e quatro leitos pediátricos. Conta com
serviços especializados, pelo SUS, como o Serviço de Diagnóstico por Imagem, o
Serviço de Diagnóstico por Laboratório Clínico (bioquímicos, coprológicos,
hormonais, genética, uroanálise, líquidos biológicos, hematológicos,
imunoematológicos, microbiológicos, toxicológicos, radiologia) e Serviço de
Urgência/Emergência. A Unidade também tem capacidade de atender pacientes de
hemoterapia a nível ambulatorial.
O fluxo de clientes decorre do atendimento
de demanda espontânea, ou seja, da sede da cidade, bem como da zona rural do
município.
Quando deparado com problemas de saúde
de alta complexidade, os pacientes são encaminhados para a capital Manaus, ou,
às vezes, para municípios vizinhos, como Lábrea, inclusive Porto Velho (RO).
A Unidade Pública passou alguns anos
funcionando "do jeito que podia", com locais e instalações
improvisados. No entanto, há alguns anos ganhou "cara nova",
tornando-se uma das unidades mais bem estruturadas de todo o interior do
Amazonas.
ECONOMIA
Como a grande maioria dos municípios
brasileiros de pequeno porte, Canutama depende muito da sua Prefeitura para a
sua sobrevivência. Muitos dos seus moradores com poder aquisitivo, e que fazem
a economia da cidade "girar" são funcionários públicos. As raras
exceções vem de pequenos empreendedores que chegam à cidade, montam negócio e
conseguem se estabelecer. Exemplo dessa exceção são os chamados
"marreteiros" (pessoas que, em regatões ou navio-motor, chegam aos
municípios ribeirinhos e aproveitam a temporada anual de festejos para vender
os seus produto-produto roupas, calçados e outras novidades). Até a algumas
décadas atrás, Canutama dependia quase que inteiramente desses
"empreendedores" para conhecer as "novidades" que surgiam
no mundo, especialmente em termos de moda.
Outros que fazem a economia da cidade
girar são os funcionários do Estado, especificamente os professores e os
profissionais da saúde. Além destes, há pequenos empreendedores locais
(mercados, lanches, bares etc.), agricultores, com o plantio de mandioca,
abacaxi, cana-de-açúcar, feijão, milho, banana, abacate, laranja, limão etc.
AGRICULTURA
Geralmente as plantações que subsidiam
a cidade estão localizadas ao longo do Rio Purus, mais precisamente próximas às
praias. Se bem que há uma região onde essas plantações se concentram: os
canutamenses a chamam de "varadouro", ou "tuchaua", ou
ainda "seringueiro".
O "varadouro" é uma pequena
estrada que, partindo do centro da cidade, se estende até uma região de mata
densa, fragmento da floresta original onde ainda pode-se encontrar espécies
nobres como o mogno e também muitos lagos de água preta e igarapés. É
especialmente nesse lugar que é produzida a maior parte da farinha de mandioca
que abastece a cidade.
Quase tudo o que o município produz, em
termos de agricultura, não se destina ao comércio, mas ao consumo das famílias,
ou seja, não tem significado econômico.
PESCA
Em termos de pesca, o Rio Purus é um
dos mais abundantes da bacia amazônica, concentrando grande variedade de
peixes, como pirapitinga (Piaractus brachypomus), pacu (Mylossoma spp.), mapará
(Hypophthalmus spp.), jaraqui, surubim, sardinha (Triportheus spp.), matrinxã
(Brycon spp), dourados, aruanã (Osteoglossum bicirrhosum), pirararas, mandii
(provavelmente, o mais conhecido do povo local, embora muito pouco se ouça
falar dele fora da cidade), acari-bodó, tucunarés, acarás, tambaquis etc.
Assim como na agricultura, atividade de
pesca em Canutama não possui significado econômico.
Uma verdade precisa ser dita: Canutama
sempre dependeu em muito do "seu" Rio (Purus) para o seu
desenvolvimento e sobrevivência. Pode-se dizer que é uma relação bem parecida
com aquela que a região do Crescente Fértil, no antigo Egito, possuía com o
Nilo.
COMO EM TODO O BRASIL, A
"COBAL" ESTAVA PRESENTE
Talvez poucos se recordem,
mas Canutama, assim como todo ou quase todo o Brasil, dependeu em muito da
antiga "rede" Cobal, em termos de abastecimento de alimentos e
produtos básicos. Sim, aquela rede de mercados que se situava na Av. Botinelly,
lá pelos idos da década de 80, no mesmo local onde funciona hoje (ou funcionou)
a Câmara dos Vereadores, não existiu somente em Canutama, mas em praticamente
todo o Brasil. A Cobal, além de contribuir com a geração de emprego para uma
geração inteira de canutamenses, abastecia a cidade e ficou gravada na memória
de todos nós como uma verdadeira pioneira. Vale lembrar que naquela época, em
meados de 80, quando era difícil montar um negócio, a Cobal contava com uma
rede invejável, cobrindo até mesmo áreas quase intransponíveis como as cidades
do rio Purus
Como já se dissemos, Canutama fica às
margens de um dos maiores rios do Brasil e do mundo: o Purus.
O Purus constitui praticamente uma
bacia, onde nos municípios da sua calha recebe vários afluentes e confluentes.
No município de Boca do Acre - Lagos da Santana e Anuri, Igarapé Natal e rio
Inauini; no Município de Lábrea - rios: Acimã, Tumiã, Ituxi, Sapatini e Paciá;
no município de Pauini - rios Pauini, Teuini e Inauini; no município de Tapauá
- lago do Aiapuá e rio Ipixuna; e no município de Canutama - rio Mucuim e
Ipixuna.
CULTURA
Hoje, quando se fala em cultura, uma
das primeiras palavras que se vem à mente é "entretenimento".
Portanto, logo pensamos em cinemas, teatros, casas noturnas, shopping centers,
estádios de futebol, etc. Em outras palavras, diversão total. Entretanto, algumas
pessoas preferem um ambiente mais calmo, pacato... E Canutama é esse lugar.
A cidade ainda é símbolo de
tranquilidade, lugar de pessoas de espírito calmo, acostumadas a ter contato
com a mãe natureza, a trabalhar duro e conquistar as coisas com o "suor do
rosto". Lugar onde se pode planejar uma boa pescaria, um bom passeio pelos
rios, pelos igarapés, pelos lagos e praias fluviais de areia branquíssima,
fazer um "tour" pela selva, pelas inúmeras casas de farinha na beira
do lagos, nas margens do rio Purus, visitar comunidades ribeirinhas; andar de
bicicleta sem ter a preocupação de ser "atropelado" etc. Lagos de
água preta, fazendas embrenhadas nas matas...
No entanto, para quem gosta de agitação
também há espaço, pois a cidade conta com danceterias, bares, campos de
futebol, quadras poliesportivas, praças etc.
No município, o pico da agitação ocorre
durante os Festejos de São João Batista, padroeiro da cidade, que acontece no
mês de junho.
Durante um período de quase um mês, a
cidade é agitação total, bem semelhante ao que acontece com a cidade de
Parintins por ocasião da festa do Boi Bumbá, só que em proporções bem menores.
É quando chegam à cidade, os tradicionais marreteiros, muitos visitantes,
convidados, atrações artísticas e musicais, e, principalmente, os canutamenses
espalhados pelo Brasil a fora, que há muito não visitam a terra natal.
A GRANDE AV. BOTINELLY
A Avenida Botinelly, a principal da
cidade de Canutama, se estende do porto até a frente da prefeitura. Não é a
maior (dá para visualizar através de imagens de satélite); porém, é a mais
larga; é onde estão concentrados os principais comércios da cidade, importadoras,
hotéis, distribuidoras, lanches; nela estão situadas a Unidade de Saúde
(hospital), a Câmara dos Vereadores, a Secretaria de Educação, inclusive o
"centro do Poder": a prefeitura. Esta avenida foi provavelmente a
primeira a ser construída e "asfaltada" na cidade.
Uma curiosidade, já citada, é que ela
começa no porto e termina na sede da prefeitura. Ela é também cortada por um
igarapé. Isso fez com que fosse construída uma ponte, a qual os canutamenses,
carinhosamente, chamam de "ponte larga".
A Igreja Assembléia de Deus em
Canutama, assim como em muitos municípios do nosso estado, hoje é dividida em
"Assembléia de Deus no Amazonas" e "Assembléia de Deus
Tradicional". Isso porque, a partir do ano 2000, ocorreu um
"racha" na denominação Assembléia de Deus no Amazonas, tendo o seu
epicentro na cidade de Manacapuru. Houve, inclusive, disputa na Justiça para
decidir quem ficava com o templo, que, aliás, é considerado por muitos como
sendo o de arquitetura mais bela do Amazonas.