As águas começaram a baixar em Canutama a cerca de uma semana atrás e as pessoas estão fazendo a "desmudança", que é o retorno às suas casas, invadidas pelo rio Purus durante cerca de dois meses.
Mas os problemas só estão começando, a enchente deixa um rastro de prejuízos aos moradores que perdem seus móveis, que não precisam ficar necessariamente submersos para estragar, a umidade se encarrega disso. Algumas casas precisam de pequenas reformas pois a força da água corrente destrói as paredes.
Enquanto os moradores de
Canutama sentem um certo alívio, as cidades do Solimões e Negro ainda esperam pelo pior e já dá pra contabilizar os prejuízos a nível de Amazonas, conforme matéria do dia 5 de maio da
edição online do jornal "A crítica" de Manaus. Leia abaixo:
Produção rural do Amazonas sofrerá prejuízo de R$ 33 milhões com as cheias dos rios
Há pouco mais de um mês para o ápice da cheia, o Amazonas já
contabiliza R$ 33,6 milhões em perdas produtivas dos setores de
agricultura e pecuária em função do aumento do nível das águas. A
informação foi divulgada ontem pelo Instituto de Desenvolvimento Rural e
Florestal Sustentável do Amazonas (Idam).
Até o final de abril,
segundo o Levantamento de Perdas Agrícolas da Produção Rural da Cheia de
2015, elaborado pelo órgão, 5.565 famílias distribuídas em 21
municípios já foram afetadas. Conforme o levantamento, estão em situação
de emergência, seis municípios na calha do Rio Juruá (Guajará, Ipixuna,
Envira, Eirunepé, Itamarati e Carauari) e mais quatro – Lábrea,
Canutama, Pauini e Tapauá – na calha do Rio Purus.
No Alto Solimões, estão em situação emergencial, Benjamim Constant,
Tabatinga, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antonio do Içá, São Paulo de
Olivença e Tonantins. O município de Boca do Acre está em estado
calamidade pública e os municípios de Tefé, Anamã e Manacapuru, no Médio
Solimões, já apresentaram as primeiras perdas.
Até o momento, a
produção de farinha de mandioca foi a mais atingida, com perdas de 4, 8
mil toneladas e prejuízos de R$ R$ 19,3 milhões. Em segundo lugar na
lista de perdas está o cultivo da banana com R$ 8,1 milhões e, em
terceiro, as hortaliças representaram 1,3 milhão em perdas produtivas.