DESCOBRINDO CANUTAMA

Canutama é um município brasileiro do interior do estado do Amazonas, Região Norte do país. Pertencente à Mesorregião do Sul Amazonense e Microrregião do Purus. Fundada em 22 de outubro de 1891.

Nível das águas continua subindo

Por Rdo Castro com informações do emtempo.com.br e acritica.uol.com.br


Av. B. Constant, 16/3/2012

No cruzamento da Avenida Benjamin Constant com a rua Teixeira de Freitas  está funcionando um porto improvisado. Veja mais fotos.

O nível das águas do rio Purus continua subindo e o município de Canutama (a 619 quilômetros de Manaus), já contabiliza mais de 1.300 pessoas desabrigadas e todas as escolas estão fechadas, por conta da cheia deste ano. De acordo com o engenheiro civil da prefeitura de Canutama, que está coordenando a ajuda à população, Rivanio Pantoja, a ajuda estadual será indispensável. “Nossa situação está muito difícil, precisamos urgentemente da intervenção estadual”, disse.

Mais de 500 famílias já foram obrigadas a deixar suas casas, informou o secretário de comunicação da prefeitura de Canutama, Fregilson Rabelo, que relata que centenas de pessoas estão abrigadas em escolas e em um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida, ainda em obras.

De acordo com Rabelo, centenas de estudantes das duas escolas públicas que estão servindo de abrigo tiveram as aulas suspensas e devem entrar em um calendário especial para recuperar o conteúdo. Escolas na zona rural do município também foram afetadas, segundo o secretário.

Na zona rural, propriedades inteiras estão debaixo d’água e os produtores rurais improvisam para não perder as criações e a safra deste ano. Bois, porcos e até patos são mantidos em marombas, ainda segundo o secretário.

“Os produtores rurais estão amargando prejuízos com a perda da safra e também de criações de animais, que acabam sendo deixados para trás, em meio à inundação. Na cidade, os comerciantes também contabilizam as despesas com a perda de móveis e equipamentos” disse.

  • CPRM confirma grande cheia no Amazonas em 2012
  • Vazão e cotas do rio Solimões indicam uma grande cheia neste ano 
12 de Março de 2012 publicado em "acritica.com"

Manacapuru (AM) –  Monitoramento intensificado neste mês por instituições de pesquisa e órgãos públicos federais do Brasil e da França indica que a bacia Amazônica terá uma cheia de grande porte em 2012. Para o geólogo Naziano Filizola, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e integrante do grupo de estudos, a cheia deste ano pode ficar entre as 10 maiores da série histórica.
“O nível do rio Solimões está elevado para o período, mas ainda não dá para dizer que será uma cheia recorde. A gente pode estar tendo uma antecipação. O que é preocupante é que ela pode ficar alta e permanecer lá em cima durante muito tempo até junho. Isso prejudicaria a população”.
As sistemáticas medições feitas nas réguas instaladas em estações do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no Amazonas apontam que o rio Solimões vem apresentado níveis elevados para o período, superiores em grande medida em relação a 2011 e razoavelmente superior em relação a 2009, ano da maior cheia.
Medição realizada, no último sábado,  na estação de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus) e acompanhada pela reportagem do jornal A CRÍTICA, apontou que a cota estava em 17,45 metros, superior aos valores registrados na mesma data de 2009, que foi de 17,19 metros.
“Tudo está indicando para uma cheia grande. O Solimões vem recebendo água dos seus afluentes, Purus e Juruá. Tem chovido muito em São Gabriel da Cachoeira e estas águas vão chegar a Manaus. É bom que chova agora por lá porque vai descer para Manaus e escoar para o oceano para que não haja uma coincidência de picos”, observou Marco Antônio Oliveira, superintendente da CPRM.
Jean Loup Guyot, representante no Brasil do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDR), da França, que desenvolve estudos de variabilidade climática na bacia amazônica, também concorda que está sendo esperada uma cheia “muito forte”.
O registro de eventos climáticos extremos na Amazônia tem sido alvo de estudos de várias instituições de pesquisa, mas as causas de suas ocorrências ainda não estão completamente esclarecidas pela ciência. 
“Há uma extensa discussão se as causas são frutos da uma variação natural do clima ou se estes eventos têm impacto do aquecimento global. O certo é que séries históricas indicam que estes eventos eram pouco frequentes no passado e hoje estão mais normais", avaliou Guyot.


Emergência

O município de Canutama não é um dos dez do Amazonas que estão em situação de emergência, segundo o Subcomando de Ações de Defesa Civil do Amazonas (Subcomadec). Atualmente, os municípios de Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Carauari e Juruá – na calha do Juruá – e Boca do Acre, Lábrea e Pauini – na calha do Purus – estão em situação de emergência.
A cheia dos rios no Amazonas já afeta 22,3 mil famílias em todo o interior do Estado, e as prefeituras das cidades afetadas receberam doações de cestas básicas, kits de medicamentos, kits de limpeza, kits de higiene pessoal, filtros microbiológicos, kits dormitório e hipoclorito de sódio, segundo o Subcomadec.



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Enchente: Canutama em estado de alerta

Por Rdo Castro

Av. Botinelly, nas imediações da "Ponte Larga"
As previsões de uma grande enchente em 2012 estão se confirmando à medida que as águas sobem rapidamente e já cobriram parte das avenidas "Botinelly e "Benjamin Constant" deixando Canutama em estado de alerta. A prefeitura está fazendo levantamento de dados, para posteriormente  decretar Situação de Emergência conforme publicou a edição online do jornal "A Crítica", de Manaus neste domingo, 11/03.

Av. Botinelly, parcialmente alagada
Desde a semana passada os moradores da várzea estão se mobilizando para evitar perda de seus bens, transportando-os para o bairro Terra-firme, que por ser local de maior altitude, não há registro de alagação nas últimas décadas. Se isso acontecer, a sede do município ficará totalmente submersa enquanto durar o período da cheia.


As aulas foram suspensas nas redes municipal e estadual. Ainda de acordo com o site "acritica.com", os municípios de Pauini e Lábrea, também localizados na calha do rio Purus, decretaram Situação de Emergência, subindo para 10 o número de municípios em anormalidade no Amazonas por conta da enchente. Em Pauini são 3.631 famílias afetadas e em Lábrea 7.514 famílias. A informação é do Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec). 

O fenômeno natural assustou em 1997, quando as águas chegaram próximo da praça S. J. Batista, há quinze anos (clique aqui para ver fotos da época).

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Para ver fotos da enchente deste ano, clique aqui. Atualizaremos pelo menos uma vez por semana.


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A decisão do STF e o fim das oligarquias


Publicado no blog "Campestre Cidadão" em 21 de fevereiro de 2012

Sobre a validação da lei da Ficha Limpa

Não estaremos, é certo, protegidos totalmente contra a corrupção e outros abusos da prática política. Mas estamos, a partir de 1985, com avanços e recuos, nos livrando das oligarquias, e o processo deve continuar. A decisão do STF é talvez o passo mais importante nesse caminho.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil

Reconheça-se que a decisão do STF, na aprovação da Lei da Ficha Limpa, tal como ela foi concebida, foi tomada sob a pressão da cidadania. Essa pressão, ao contrário do que pensam os juristas puros, leitores apressados de Kelsen e outros, é sempre legítima - se moderada pela prudência. Quando houver o abuso nas decisões colegiadas de segunda instância, cabe aos tribunais superiores zelar pela proteção dos cidadãos contra as eventuais intrigas e chicanas.

A política é a mais necessária e a mais difícil das atividades humanas. Ela se exerce em todos os atos da vida, porque se trata de contratos cotidianos, de negociações mais difíceis e menos difíceis, sem as quais não seria possível a vida em comum. Esses convênios se dilatam no tempo e em suas dimensões e conseqüências, na construção dos estados e na administração do bem comum.

Ao longo da História, houve sempre o conflito entre a astúcia na luta pelo poder e a necessidade de que ele seja exercido por homens honrados. O grande problema é que, na imensa maioria dos casos, os homens honrados se sentem inibidos em reivindicar o poder político. Essa inibição abre espaço aos demagogos e aos aventureiros.

Daí a explicação de Disraeli para a solidez da Inglaterra, em seu tempo. Ali, dizia o Lord de Beaconsfield, aos homens de bem faltava a audácia, um atributo normal dos canalhas. Não tem faltado, mesmo entre nós, homens de bem ousados, na defesa da República, e, graças a eles, a nação vem sendo construída.

Afinal, toda edificação de uma nacionalidade pode ser definida como uma revolução permanente. E como Danton definia as revoluções, para elas il faut de l’audace, et encore de l’audace, et toujours de l’audace.
O ponto de gravidade dos debates foi o do direito de defesa. No ordenamento jurídico brasileiro é possível a um réu provido de dinheiro e, dessa forma, de numerosos e competentes advogados, postergar a sua punição ad-aeternum. Como sabemos, há, tramitando pelos tribunais, processos iniciados quando muitos dos atuais ministros do STF ainda não haviam nascido. Os autores e réus morrem, mas os processos parecem destinados ao juízo final.

Quando os réus são pobres, a justiça tampouco é célere. Os advogados de defesa, de um modo geral – há sempre exceções – sejam contratados, ou de ofício, cumprem as formalidades e deixam o processo caminhar normalmente. Amontoam-se, nos cárceres, presos esquecidos, sem julgamento, e até mesmo de pena cumprida, esperando pelo alvará que os liberte.

É preciso encontrar um limite para as apelações e embargos que vão impedindo que a justiça se faça, na absolvição e na punição, conforme o caso.

É certo que temos, no Brasil, mais advogados do que necessitamos. Sendo assim, é quase natural que se multipliquem os pleitos, e que se dilatem as decisões. Os códigos, com seus prazos e delongas, são redigidos por advogados. Explica-se, dessa forma, o volume espantoso de processos que sobem da primeira instância até o STF, com causas que deveriam encerrar-se na comarca em que se iniciaram.

O direito foi protegido, ao só serem considerados inelegíveis aqueles que tiverem sido condenados por uma decisão plural, seja no Tribunal do Júri, seja nos tribunais de segunda instância - e, como é do bom senso, os que renunciaram aos mandatos a fim de esquivar-se de um processo político movido pelos seus pares.

Não estaremos, é certo, protegidos totalmente contra a corrupção e outros abusos da prática política. Há sempre meios de burlar as normas da lei. Mas já é um bom começo. Teremos, os cidadãos, que nos preparar para substituir alguns dos homens públicos em quem votávamos, fosse por desconhecer seus desvios, fosse por perdoá-los, em nome de nossos próprios sentimentos. Estamos, a partir de 1985, com avanços e recuos, nos livrando das oligarquias, e o processo deve continuar. A decisão do STF é talvez o passo mais importante nesse caminho.

Assim faremos, com o tempo, a pátria que merecemos.

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